sábado, outubro 8

Ontem chorei saudade...

Não foram lágrimas, foi saudade mesmo. Confessei de novo as coisas que tinha pra doer por dentro, que quando me tranco no quarto é pra não assustar ninguém com a minha condição de ser sozinha, mas é isso o que me impede de não ser. Busquei teu retrato bem fixado na minha janela, o vento nunca há de te levar dali, nem as tempestades ou os relógios tristes que zumbem incessantemente nos nossos ouvidos. É a coleção de pesos nos braços. É jogar o corpo pelo chão de olhos bem abertos ou pensar o tempo inteiro e se manter de pé. É colocar todos aqueles passados no presente e na proposta de futuro, pois quero e digo que vale, digo que merecemos nos confidenciar desse jeito. A gente vai parar no trigésimo andar, que tem vista pro mar em noite enluarada. Vezes cem é muito, é alto demais, é pensar em suicídio demais e eu te quero em segurança. Ninguém percebe se sei viver de saudade sua, ninguém decide o que fazer. Você pelos espelhos me confirma que nosso lugar não é aqui, nem aí, é perto. Eu te sinto. É incrível como te imagino toda vez que anoitece. Acho que nossos corações têm pés duplos.

(anônimo.

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