terça-feira, dezembro 25


Passo cada segundo do meu dia me jurando ser indiferente com você.

Você fala comigo, eu cumpro a promessa. Você não entende, pergunta se eu tô chateada e o que aconteceu. Não foi nada. Só tô cansada de você, de nós, de tudo isso. Tô de partida, malas feitas, mesmo você não acreditando. Pra não me cansar mais ainda, paro no ‘Não foi nada’. E você sai, irritado e com um “tchau” que eu odeio mais que tudo. Mas já não importa, tchau pra você também. Afinal, nada pode ser mais difícil do que ficar na situação que eu tô a tanto tempo. Ser indiferente vai ser fácil. Dor é normal, se não for forte, eu já nem sinto mais. Sempre te tratei melhor que todos os outros, e o que você faz que te torna melhor que eles? Seguindo essa lógica, teria o direito de te tratar até mal. Mas não sou assim, uma pena. Acontece que agora eu não dou mais o meu melhor pra quem me dá pouco. Não corro atrás de quem não dá um passo por mim. Não faço festa quando alguém que sabe que eu tô louca de saudades e não move um dedo pra me ver, vem numa droga de chat e fala “E aí”. Te acostumei muito mal, mas agora vou desacostumar. Porque meu medo de te perder, virou meu objetivo, então nada me prende. E se ir te matando aos poucos levar um pedaço de mim, que leve. Porque a dor de você na minha vida me afeta inteira e eu não aguento mais.
 
Tati Bernardi.

terça-feira, dezembro 11


Yubikiri (Promessa do dedo mindinho)

Eu não posso voltar ao tempo que eu passei a sós com você, mas eu ainda posso recordar aqueles sorrisos espontâneos e as coisas que você fazia que eu amava.
Você me ensinou algo importante, em todos os momentos que estávamos juntos, eu aprendi a desejar a felicidade de outra pessoa.
Eu não acreditava que existia algo como a eternidade, mas eu certamente a senti quando fizemos aquela promessa do dedo mindinho.
Nós nunca vamos ver um ao outro de novo, mas você sempre estará no meu coração.
Por que eu soltei a sua mão depois de tê-la segurado tão fortemente?
Pensar nessas coisas não vai me levar a lugar algum, mas é certo fazer isso de vez em quando.
Se eu apagar tudo, até mesmo o ato de termos nos conhecido, esta solidão irá embora também
Mas apesar disso tudo, eu posso dizer que estou feliz por termos nos encontrado.
Naquela noite fizemos uma promessa do dedo mindinho, que mesmo quando algo triste acontecesse, nós não esqueceríamos nossos sorrisos.
Há vezes nas quais eu penso em desistir, mas tenho certeza de que serei capaz de sorrir amanhã
A lua aparece no céu do pôr-do-sol, ela desfoca quando eu penso em você, mas eu posso sorrir agora.
Nós nunca vamos ver um ao outro de novo, mas você sempre estará no meu coração.
Eu não esquecerei o seu sorriso.

sábado, dezembro 1

Hoje eu precisei escrever.

Precisei porque deu saudades. E pra não falar sozinha. Escrevi porque queria dizer que senti (de novo!) saudades. Pensei em não escrever, com medo de parecer idiota. Mas idiota eu sempre sou, então.
Eu alimentei a saudade, talvez porque fosse mais confortável do que encarar a realidade. Olhar suas fotos era satisfatório até certo ponto. Até o ponto que eu tinha que reconhecer que você era mais feliz sem mim. Hoje eu não quis dizer nem mesmo pro meu coração o quanto eu senti sua falta. Meu quarto tá mais vazio agora, do mesmo jeito do meu coração. O difícil mesmo é não ter o que dizer com relação à isso. O meu tempo já passou e agora não tem mais jeito. Não acredito mais no destino, porque ele já me zerou faz tempo. Agora eu acredito em mim (omg!). E é aí que está o problema.

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou.

Quando penso em alguém, só penso em você, e aí então estamos bem. Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está. Nem desistir nem tentar, agora tanto faz. Estamos indo de volta pra casa.
Cássia Eller

Se lembra

quando a gente chegou um dia a creditar que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre sempre acaba.
Cássia Eller

domingo, novembro 25


Que você saiba como eu sou complicada,

ou que eu sou desajeitada, ou que eu sei dançar muito bem, ou que eu piso no seu pé porque não sei andar em linha reta, ou que eu detesto o cheiro de queijo ralado. Mas que você decida ficar e me conhecer mais, seja por curiosidade ou porque acha que pode se encontrar no meio da minha bagunça. Que a gente se conheça aos poucos, aos muitos, aos tantos, aos beijos, aos toques, aos olhares, aos filmes de fim de tarde, aos cheiros de perfume novo, aos dias de dormir de conchinha, aos minutos de ligações intermináveis.  Que você possa contar comigo, possa dormir comigo, possa brigar comigo. Que você não se arrependa naqueles momentos em que a gente questiona o amor, que você tenha orgulho de me mostrar pras suas amigas e que elas tenham inveja de você. Que eu possa te trazer café na cama, te dar um beijo de surpresa, te ver sem maquiagem, te morder até você ficar sem graça. Que eu não seja odiada pelos seus pais, que eles não me chamem de filha, que seu irmão torça pro mesmo time que eu. Que você me queira como mãe dos seus filhos, que você se orgulhe de mim, que você esteja lindo quando entrar na igreja.

Daniel Bovolento

Ao amor da minha vida.

De verdade, meu bem, eu não acredito que você exista. E se já comecei pensando assim, boa coisa não vai sair dessa minha carta. O fato é que eu ando meio desacreditado, achando que toda a minha vida amorosa e essas coisas que a gente pode englobar nela são todas umas fraudes. Eu sou uma fraude, pra ser exato. Escrevo sobre amor, faço os outros acreditarem e nem eu mesmo acredito numa única palavra que sai da minha boca. Mas hoje eu estava pensando e cheguei à conclusão de que, se não for por amor, que seja por você.
Que eu te encontre num dia ensolarado, nublado, chuvoso, com névoa e te diga alguma coisa. Que eu te reconheça no momento exato em que puser meus olhos em você. E que você saiba que houve um encontro ali. Que você esteja vestido de vermelho, amarelo, azul, verde, preto e branco. Que você me ache engraçadinha, pelo menos. Quem sabe tímida, quem sabe babaca demais, quem sabe charmosa, quem sabe eu nem te chame a atenção. Mas que você me veja com bons olhos e eles encontrem os meus. Que eu acerte a cor dos seus olhos numa brincadeira qualquer. E que aí você perceba o quanto eu te enxergo em tão pouco tempo. Que você seja amigo de algum amigo, ou da gerente do banco, ou do colega de faculdade, ou do menino bonito da balada, ou filho da amiga da minha mãe. Que você se encante comigo de alguma maneira. Que você se permita me conhecer melhor e saber que eu sou legal, ou que sou interessante, ou que não tenho nada a acrescentar a você, ou que eu sou uma completa egoísta, ou que eu tenho um blog bacana que fala dessas coisas bonitas que as pessoas acreditam. Mas que você não seja um ponto final. Que seja as aspas, as reticências, o parágrafo, o travessão. Que você seja.

Daniel Bovolento

quinta-feira, novembro 22

"Ficar com muita gente é fácil "

diz um amigo meu, com pouco mais de 25 anos. " Difícil é achar alguém especial."

Faz algum tempo que tivemos essa conversa. Ele tentava me explicar por que, em meio a tantas garotas bonitas, a tantas baladas e viagens, ele não se decidia a namorar.

Ele não disse que estava sobrando mulher. Não disse que seria um desperdício escolher apenas uma. Não falou em aproveitar a juventude ou o momento e nem alegou que teria dificuldade em escolher. Disse apenas que é difícil achar alguém especial.

Na hora, parado com ele na porta do elevador, aquilo me pareceu apenas uma desculpa para quem, afinal, está curtindo a abundância. Foi depois que eu vim a pensar que existe mesmo gente especial, e que é difícil topar com uma delas.

Claro, o mundo está cheio de gente bonita. Também há pessoas disponíveis para quase tudo, de sexo a asa delta. Para encontrar gente animada, basta ir ao bar, descobrir a balada, chegar na festa quando estiver bombando. Se você não for muito feio ou muito chato, vai se dar bem. Se você for jovem e bonita, vai ter possibilidade de escolher. Pode-se viver assim por muito tempo, experimentando, trocando de gente sem muita dor e quase sem culpa, descobrindo prazeres e sensações que, no passado, estariam proibidos, especialmente às mulheres.

Mas talvez isso tudo não seja suficiente.

Talvez seja preciso, para sentir-se realmente vivo, um tipo de sensação que não se obtém apenas trocando de parceiro ou de parceira toda semana. Talvez seja preciso, depois de algum tempo na farra, ficar apaixonado. Na verdade, ficar apaixonado pode ser aquilo que nós procuramos o tempo inteiro – mas isso, diria o meu jovem amigo, exige alguém especial.

Desde que ele usou essa fatídica expressão, eu fiquei pensando, mesmo contra a minha vontade, sobre o que seria alguém especial, e ainda não encontrei uma resposta satisfatória. Provavelmente porque ela não existe.

Você certamente já passou pela sensação engraçada de ouvir um amigo explicando, incansavelmente, por que aquela garota por quem ele está apaixonado é a mulher mais linda e mais encantadora do mundo – sem que você perceba, nela, nada de especial. OK, a garota é bonitinha. OK, o sotaque dela é charmoso. Mas, quem ouvisse ele falando, acharia que está namorando a irmã gêmea da Mila Kunis. Para ele ela é única e quase sobrenatural, e isso basta.

Disso se deduz, eu acho, que a pessoa especial é aquela que nos faz sentir especial.

Tenho uma amiga que anda apaixonada por um sujeito que eu, com a melhor boa vontade, só consigo achar um coxinha. Mas o tal rapaz, que parece que nasceu no cartório, faz com que ela se sinta a mulher mais sensual e mais arrebatada do planeta. É uma química aparentemente inexplicável entre um furacão e um copo de água mineral sem gás, mas que parece funcionar maravilhosamente. Ela, linda e selvagem como um puma da montanha, escolheu o cara que toma banho engravatado, entre tantos outros que se ofereciam, por que ele a faz sentir-se de um modo que ninguém mais faz. E isso basta.

É preciso admitir que há gente que parece especial para todo mundo. Não estou falando de atores e atrizes ou qualquer dessas celebridades que colonizam as nossas fantasias sexuais como cupins. Falo de gente normal extremamente sedutora. Isso existe, entre homens e entre mulheres. São aquelas pessoas com quem todo mundo quer ficar. Aquelas por quem um número desproporcional de seres humanos é apaixonado. Essas pessoas existem, estão em toda parte, circulam entre nós provocando suspiros e viradas de pescoço, mas não acho que sejam a resposta aos desejos de cada um de nós. Claro, todo mundo quer uma chance de ficar com uma pessoa dessas. Mas, quando acontece, não é exatamente aquilo que se imaginava. Você pode descobrir que a pessoa que todo mundo acha especial não é especial para você.

Da minha parte, tendo pensado um pouco, acho que a pessoa especial é aquele que enche a minha vida. Ela é a resposta às minhas ansiedades. Ela me dá aquilo que eu nem sei que eu preciso – às vezes é paz, outras vezes confusão. Eu tenho certeza que ela é linda por que não consigo deixar de olhá-la. Tenho certeza que é a pessoa mais sensual do mundo, uma vez que eu não consigo tirar as mãos dela. Certamente é brilhante, já que ela fala e eu babo. E, claro, a mulher mais engraçada do mundo, pois me faz rir o tempo inteiro. Tem também um senso de humor inteligentíssimo, visto que adora as minhas piadas. Com ela eu viajo, durmo, como, transo e até brigo bem. Ela extrai o melhor e o pior de mim, faz com que eu me sinta inteiro.

Deve ser isso que o meu amigo tinha em mente quando se referia a alguém especial. Se for isso vale a pena. As pessoas que passam na nossa vida são importantes, mas, de vez em quando, alguém tem de cavar um buraco bem fundo e ficar. Essas são especiais e não são fáceis de achar.

Por: Ivan Martins .

sábado, novembro 17

Guarda, para mim, o teu melhor sorriso.

E a tua mais alta risada. Guarda o cheiro do teu corpo quando você acaba de sair do banho, e daqueles outros tantos perfumes que você usa. Guarda, para mim, o som mais inesquecível, que é o da tua voz. Guarda até aquelas suas manias bobas, que me fazem sorrir. Guarda cada detalhe teu, cada milimetro, cada minúcia tua… Eu faço questão, mesmo que isso pareça bobo. Guarda o teu abraço quente para a noite mais fria e, também, teu abraço apertado para o nosso reencontro. Guarda os teus olhos que me enxergam muito melhor do que eu sou. E que, quando me olham, me fazem querer ser olhada cada vez mais. Guarda, para mim, o teu jeito de menino. E as tuas piadas sem graça que eu finjo achar graça só para te ver rindo daquele teu jeito bonito. Guarda as tuas manias, e esse teu costume de dormir escutando a minha voz. Guarda os teus medos, teus tropeços e erros. E, se algo der errado, guarda a tua confiança em saber que eu tornarei tudo melhor. Guarda, amor. Guarda o que for teu. Mas, deixa que eu guardo o teu coração. Deixo ele bem aqui, coladinho ao meu.

Plenitude e Desértico

Por isso, desisti.

Afoguei o quase amor que tinha por você e decidi seguir em frente. Dei um suspiro fundo. Um suspiro de verdade, vontade, saudade. Um suspiro diferente, sem mágoa, coerente. Ai, que saudade daquela pessoa sem medo, que se entregava sem pensar em nada, que tinha a ingenuidade no coração e no olhar. Ai, que saudade de mim.

Clarissa Corrêa.

terça-feira, novembro 13

Acredito em saudade,

sei o quanto uma ausência pode doer, provocar contração muscular e até náusea.
 

Martha Medeiros

Ausência física,

ausência da voz e do cheiro, das risadas e do piscar de olhos, saudade da amizade que ficará na lembrança e em algumas fotos.
 

Martha Medeiros

quinta-feira, novembro 8

Dei um suspiro fundo.

Um suspiro de verdade, vontade, saudade. Um suspiro imenso, profundo, intenso. Um suspiro que a gente só dá quando lembra de alguém que foi importante na nossa vida. Você já deve ter tido um amor assim. Aquele amor que te agita, vira do avesso, grita. Aquele amor que te deixa louca, viva, boba. Aquele amor que faz você se sentir especial, nova, única. Aquele amor que faz você ver a vida de outra maneira. A gente tem a mania de achar que não consegue ser feliz sozinha. E que precisa do outro para viver, respirar, crescer.

Clarissa Corrêa.

É uma saudade

que não tem nome, nem forma, nem cor, nem cheiro. Saudade que impreguina na roupa, no cabelo, na mão. Que escorre pelo rosto, que palpita no peito e enche o pulmão. É uma saudade que machuca os olhos, morde os lábios e arranha a pele. Que inunda o corpo, deixa frio, deixa quente, azedo, doce, salgado, sem gosto, vazio, cheio. Saudade que mexe por dentro incomoda por fora, suspira.

Giovani Ngnoatto

Um amor físico, fatídico, real, raro e patente.

Um amor que nasceu, mas nunca viveu. Um amor que aconteceu, mas não foi ocupado. Daquelas comédias românticas que ninguém tem tempo de rir, pois já começa pelo final. Os amores mais bonitos são aqueles que nunca foram usados.

Gabito Nunes.

Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta.

De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça, melando os dedos com algodão-doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro e a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver. Tem gente que tem cheiro de banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza.Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar.

Almas Perfumadas. - Ana Cláudia Jácomo

sábado, outubro 20

Talvez um verniz caia bem.

Mas no coração, ah, nesse daí não tem verniz que resolva. A cicatriz fica, a lembrança vem qualquer dia desses, a saudade assola no momento mais inoportuno.

Bruna Grotti

O universo

reservou para mim uma alma gêmea, uma tampa de panela, um par complementar que me fará rir a toa, dançar o Bolero de Ravel ao sol poente, amar acordar cedo às segundas-feiras. Ou que talvez não venha. Que talvez já tenha morrido num acidente de carro, ou que talvez morra atropelado um dia antes de me conhecer. Que talvez chegue um dia depois do meu enfarto fulminante. Que talvez se apaixone pela minha colega de trabalho e tenha lindos filhos com ela, sem sequer saber da minha existência. Ou que simplesmente me veja de moletom, tênis e cabelo desgrenhado no mercadinho da esquina e me ache desleixada demais para qualquer envolvimento. E aí, meus caros, não vai ter happy ending. O vestido de noiva estilo corselet e saia rodada não sairá do croqui. A lua de mel em Punta Cana e a casa de veraneio em Paraty ficarão pra uma próxima. Os planos de um cozinhar e o outro lavar a louça permanecerão somente no papel. A Lavínia e o Lorenzo morarão eternamente no universo dos sonhos. O desejo de me trancar num chalé durante um final de semana inteiro para transar, comer, transar, dormir e transar nunca será realizado. A fechadura do coração tatuado na panturrilha nunca encontrará a chave que o abre. E justo ali dentro, guardarei todo o meu amor, que tantos já recusaram e que certamente daria para alimentar a Somália inteira. E também uma pontinha de amargura.

 Bruna Grotti

sexta-feira, agosto 3

E esse domingo tem cheiro de final para nós.

Pro resto do mundo é só mais um final de semana, pra o calendário, só o começo dela. Arrependimentos? Sem eles. Todos os erros só foram a prova mais concreta de que somos de carne e osso. E quebramos. Dizem que criamos um mundo ilusório e cheio de drama. Talvez, e talvez seja isso que nos difere do resto do mundo. Sentimos, sem vergonha. Mostramos, pra quem sabe, através das linhas sem sentido, nos libertarmos. E no fim, no nosso fim, ainda não vemos o fim do túnel, muito menos a luz que tanto falam. Mas no fim, vemos que estamos juntos, assim como no começo. Apenas é o fim de contas, senhas e mensagens. Temos muito mais dentro de nós, coisas que nem mil frases enviadas por mil ‘enters’ conseguiriam explicar, ou muito menos deixar acabar… meus caros, fios nunca foram laços. O adeus é só o ponto de partida pra uma nova era, novos sonhos, sem tomadas ou cabos. E a lembrança, vai ser só pra não nos deixar esquecer quem fomos. E a saudade, essa eu já mandei embora faz tempo. Tchau, enfim, cresci.

Lucas Silveira

O problema

- que tem sido cada vez mais comum na minha vida - é quando não sei o que sentir ao ver algumas pessoas.

Lucas Silveira

De repente,

você vê que aprendeu várias coisas. Mas não foi de repente, foi aos poucos. "De repente" não quer dizer que você aprendeu rápido. Quer dizer que você não percebe que está aprendendo, até que aprende.

Você olha pra suas fotos antigas e não consegue se enxergar. Você lembra de frases ditas e atitudes tomadas e as trata como se fossem de um outro alguém. Você aprende que não há amor que não acabe, doença que não se cure, não há estrada sem fim. O caminho, sim, é sem fim. Basta torcer para estar percorrendo o caminho certo. Basta perceber que o seu caminho é errado e esperar pelo próximo retorno. É uma estrada de duas mãos.

De repente, você se sente cansado de tanto aprender quando, na verdade, você está é cansado de estar rodeando de gente que não aprendeu porra nenhuma. Não te preocupa. Todos aprendem, cada um a seu tempo. O problema é que alguns demoram tanto que acabam morrendo antes da primeira aula.

Talvez você tenha aprendido mais que eu, ou até menos, ou então aprendido coisas diferentes, ou matado todas as tuas aulas mais importantes. Não sei mesmo, mas minha única certeza é que eu não concordo com uma vírgula do que você diz.

Lucas Silveira

Eu quero mesmo é que tudo exploda.

E que seja luminosa, a explosão, que ecoe pelos quarteirões e faça tremer teus vidros, quebrar tuas janelas. Que perturbe teu sono e te faça ir pra rua pra ver o que aconteceu. Você não vai me encontrar lá. Eu não sou o piloto. Não sou o passageiro. Não sou o pedestre. Eu sou o acidente, e eu sou grave.
 

Lucas Silveira

terça-feira, julho 24

Uma casinha bonita.

Um emprego que eu adore. Uma pessoa que me entenda. Um par de pés pra me guiar. E um de braços pra dias frios. Um chão pra quando meu mundo desabar. Um colo eterno de mãe. Um lugar pra voltar. Outro pra ficar pra sempre.



— Tati Bernardi.

domingo, julho 1

Tarde demais é uma expressão cruel. Tarde demais é uma hora morta. Tarde demais é longe à beça. Não é lá que devemos deixar florescer nossas descobertas.

Martha Medeiros

Ainda não te esqueci

E como é que eu poderia?
Você ainda é o meu primeiro e último pensamento do dia.
Eu ainda suspiro quando escuto a tua voz,
Ainda me embriago com o teu perfume
E ainda te desejo com a mesma intensidade...
Ainda não consigo desviar os meus olhos dos teus
Também não consigo não me encantar com o teu sorriso.
Ainda desejo o teu beijo copiosamente
E ainda anseio pela tua volta.
Ainda não.
Você ainda está muito presente em mim
Em todos os dias.
Mas é difícil ver que para você eu já passei
Que fui mais uma
Que nem cheguei a ser única.
Eu passei, mas você ficou com o meu coração
E ainda há esperanças em mim
De que você volte,
Que diga que me quer
E, que finalmente, diga que também me ama.

Germana Facundo

quarta-feira, junho 20

Pode invadir ou chegar com delicadeza,

mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sózinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. ( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.
Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar!

Martha Medeiros

Solidão é uma ilha com saudade de barco.

Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança pra acontecer de novo e não consegue.
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.
Autorização é quando a coisa é tão importante que só dizer "eu deixo" é pouco.
Pouco é menos da metade.
Muito é quando os dedos da mão não são suficientes.
Desespero são dez milhões de fogareiros acesos dentro de sua cabeça.
Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.
Agonia é quando o maestro de você se perde completamente. Preocupação é uma cola que não deixa o que não aconteceu ainda sair de seu pensamento.
Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.
Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.
Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.
Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.
Renúncia é um não que não queria ser ele.
Sucesso é quando você faz o que sempre fez só que todo mundo percebe.
Vaidade é um espelho onisciente, onipotente e onipresente. Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.
Orgulho é uma guarita entre você e o da frente.
Ansiedade é quando faltam cinco minutos sempre para o que quer que seja.
Indiferença é quando os minutos não se interessam por nada especialmente.
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.
Alegria é um bloco de Carnaval que não liga se não é fevereiro.
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.
Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.
Decepção é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho.
Desilusão é quando anoitece em você contra a vontade do dia.
Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, não podia.
Perdão é quando o Natal acontece em maio, por exemplo.
Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo.
Excitação é quando os beijos estão desatinados pra sair de sua boca depressa.
Desatino é um desataque de prudência.
Prudência é um buraco de fechadura na porta do tempo.
Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.
Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.
Emoção é um tango que ainda não foi feito.
Ainda é quando a vontade está no meio do caminho.
Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.
Desejo é uma boca com sede.
Paixão é quando apesar da placa "perigo" o desejo vai e entra.
Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não. Amor é um exagero... Também não. É um desadoro... Uma batelada? Um enxame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego? Talvez porque não tivesse sentido, talvez porque não houvesse explicação, esse negócio de amor, não sei explicar.

Adriana Falcão

quarta-feira, junho 6

Estou te amando muito nesse momento.

Te escrevo porque é noite, está quente e me convém.
Ando íntima de pessoas tão perversas. Faço barulho, berro de prazer e dou dentadas em pedacinhos de vida. Tenho conversado com tanta gente, tenho me sentido tão longe de todo mundo. Ninguém me traduz. Virei um deserto e nada mata minha sede. Gente demais me dá um silêncio, cara. Pra agora, eu só queria quê. Conversas baixinhas, brincadeiras com minhas mãos, uma sacudida com qualquer filosofia fodida, dilacerada, porque a poesia já acabou faz tempo.
Ontem arranquei coisa pra caramba aqui de dentro. Com minhas unhas, mesmo. Te liguei e fiquei muda, de repente. Em minha voz não coube o excesso de palavras. Ela despenca ao te ouvir, antes de ser entregue. E se de repente eu te escuto, vou para a rua. Você me leva. Atraso passos, te imaginando na esquina seguinte. Batuco músicas com os dedos, sentada à mesa, enquanto meu coração pulsa teus passos inexistentes. Sinto teu cheiro pelo corredor. Quinto andar. Você sorriria ao me ver assim, vestida de mim, e só. Ninguém sabe me traçar com os olhos como você faz.

Já é tarde e eu estava precisando sentir. Sentir. Sentir tudo. O poeta disse: é preciso estar sempre embriagado. É preciso, sim. Embriagado de vinho, vida ou um sorriso teu. Porque por um instante eu perco o medo de me entregar. De ser. E penso que o amor é essa coisa assim, que tomam de você a vida inteira. E sempre vai ter. Sempre tanto. Tanto. É como quando você me deu aquele último abraço e eu me descobri cheia de corações. Seria impossível tamanho rebuliço por conta de um só pulsar. Eu tenho um coração em cada canto. Um acúmulo bonito de coisas que não consigo nem mostrar.
 
Te escrevo porque, caminhando, vi uma coisa desse jeitinho, todinha azul, completamente blue e lembrei de você. Pessoas sorrindo, um amor acontecendo em algum lugar. E quando o relógio anunciar as duas horas da madrugada, eu escrevo mais uma taça e saio daqui poema.
Eu quero muito ser feliz, cara. Com ou sem toda essa nossa simbiose monstra. A vida é muito mais barra sem você, constato. Te envio então esses meus recortes de um decalque quase-romântico. E te escrevo porque sempre haveremos de ser necessários.

 
Que todas aquelas coisas lindas te aconteçam,

P.S.: Continuo a andar descalça. Acredito que amanhã vai ser um dia bom e vou fazer muita gente feliz. Gastar amor. Quebrar a cara. Let it be.

 
[Caio FernandoAbreu]

A emoção ficou represada,

ou talvez já houvesse secado. Idealizaram um reencontro que não aconteceu. Não existe justiça depois da separação.

Fabricio Carpinejar

É o que chamo de passado secreto.

Aconteceu, mas não merece memória. Entretanto, a raiva fica: não fui valorizado e resta um desmemoriado mal-estar.

Fabricio Carpinejar

Por que é duro sair de casa sem um motivo.

Duro encarar quem amamos tanto tempo sem oferecer nenhuma explicação adequada e convincente para o fim. Duro conversar sem mesmo entender como ocorreu a passagem de lado, de uma fidelidade extrema e desesperada à indiferença.

Fabricio Carpinejar

O mau humor é o melhor antídoto que existe.

Nada como tomar o café da manhã com uma mulher irritada, ser passageiro de um motorista que vive reclamando do trânsito, conversar com um carrancudo que destila ódio para a classe política. São companhias estimulantes, afrodisíacas. Além de tudo, bem informadas. O pessimista é uma enciclopédia vendida de porta em porta. O otimista é que não lê jornal.

O otimista é frouxo, repete as mesmas frases evasivas e genéricas como “precisa acreditar” ou “tenha esperança”. O pessimista é pessoal, persuasivo, abrirá seus segredos com desembaraço. O otimista rende somente auto-ajuda. O pessimista proporciona alta literatura.

Fabricio Carpinejar

Ainda vou aonde a gente ia

Pensando em te ver de novo.
Minha esperança ainda fantasia nosso reencontro.
Desenhei teu rosto no teto do meu quarto pra dormir sempre te olhando.
E ao fechar os olhos me vejo te amando e por isso que eu acordo sempre chorando.
Hoje faz trezentos e sessenta e cinco dias, faz um ano que você se foi
Refazendo um resumo da minha vida, vejo que tudo que construí não me valeu a pena, porque tudo que eu fiz foi pensando em nós dois
Ainda sei de cór seu telefone, sei decifrar os seus quinze sorrisos, conheço a palmo todo o seu corpo, que era o meu paraíso.
Comprei o mesmo perfume que o seu, passei na roupa que você deixou e durmo abraçada, inconformada.
Me perguntando aonde foi que a gente errou.

365 Dias - Thaeme e Thiago

sábado, maio 19

Ele me amou do jeito que podia.


De todo o seu ser. Me amou do jeito mais lindo que eu já vi, do jeito mais puro. E ainda me ama, eu sei. Apesar de todos os desencontros e falhas, apesar do meu descaso e de minhas confusões. Ele me amou nua, pura. Me amou louca, apaixonada, triste. Me amou no sexo, no beijo, no olhar. E eu ainda te amo. Te amo confuso, perdido, distante. Ainda que eu não saiba, ou não queira admitir. Te amo mesmo te tendo longe, lá no fundo do meu coração. Te amo ainda que em pensamento, te desejando boa noite, dorme bem, sonha comigo.

terça-feira, maio 8




Nunca é do jeito que eu queria. E quando é, eu não quero.

Tati Bernardi

Quando a gente foi ver o pôr-do-sol na Praia,

e a gente ficou abraçado,e a gente se achou brega demais, e a gente morreu de rir, eu senti um daqueles segundos de eternidade que tanto assustam o nosso coração acostumado com a fugacidade segura dos sentimentos superficiais.
Eu olhei para você com aquela sua sueter que te deixa com tanta cara de homem e me senti tão ao lado de um homem, que eu tive vontade de ser a melhor mulher do mundo.
E eu tive vontade de fazer ginástica, ler, ouvir todas as músicas legais do mundo, cozinhar, arrumar seu quarto, escrever um livro, ser mãe.
E aí eu só olhei pra bem longe, muito além daquele Sol, e todo o meu passado se pôs junto com ele.
E eu senti a alma clarear enquanto o dia escurecia.

Tati Bernardi

domingo, maio 6

Eles se amam.

Todo mundo sabe mas ninguém acredita. Não conseguem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossivel. Ele continua vivendo sua vidinha idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. Alguns dizem que isso jamais daria certo. Outros dizem que foram feitos um para o outro. Eles preferem não dizer nada. Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. Ela quer atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros. Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil porque os dias passam rápidos demais, é dificil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles. E todos os dias eles se perguntam o que fazer. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro. E que no momento certo se reencontrem e que nada, nada seja por acaso.

Tati bernardi
Eu sou sim a pessoa que some, que surta, que vai embora, que aparece do nada, que fica porque quer, que odeia a falta de oxigênio das obrigações, que encurta uma conversa besta, que estende um bom drama, que diz o que ninguém espera e salva uma noite, que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e tirar as correntes da cobrança do meu peito. Que acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba. E espera impaciente ser salva por uma metade meio interessante que me tire finalmente essa sensação de perna manca quando ando sozinha por aí, maldizendo a tudo e a todos. Eu só queria ser legal, ser boa, ser leve. Mas dá realmente pra ser assim?

Tati Bernardi

sábado, abril 28

Hoje senti falta de coisas suas que você nem imagina.

Senti saudade de acordar com o seu cheiro grudado em mim, de ver seu rosto quentinho dormindo, e da forma como as suas bochechas ficavam quando você dormia de lado. Senti saudade do barulho dos seus passos leves, entrando no meu quarto de manhã cedo, não querendo me acordar, só pra me dar mais um beijo antes de sair. Saudade da sua panqueca, daquele seu jeito torto de cozinhar as melhores coisas do mundo. Saudade de comer docinho direto da panela com colher de pau, naquelas tardes de domingo onde tudo o que se podia ouvir era a chuva. E a gente se beijava, e a gente se amava, e a gente era feliz. E eu sinto essa saudade de tudo o que éramos nós, os amigos, os amantes, os parceiros. Se fecho os olhos, te sinto por um momento do meu lado, e quase posso dizer: Dorme Bem, vai com Deus! Não esquece que eu te amo!
E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal?
Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais, de mais...
Afinal, como estrelas que brilham em paz, em paz...

O silêncio das Estrelas - Lenine

Acordei com aquela velha sensação de nada,

o vazio que ultimamente já é meu companheiro.
Olhar fixo no teto, por vários minutos. Procurei razões para levantar. Não encontrei. Procurei por você, e você já tinha ido embora.
Hoje você veio pela manhã, contrariando o de costume. Me fez feliz e foi embora. Foi viver seu mundinho de ilusões perfeitas, enquanto eu crio coragem para seguir com mais um dia de ausência.