segunda-feira, abril 25

A solidão invadia minha alma.

Enquanto eu andava naquelas ruas tão escuras e desertas, eu sentia em meu encalço uma presença que há muito tempo eu não experimentava: a solidão! Sorri ao vê-la chegar, já me sentia confortável em andar com ela. Ao menos, ela já era antiga conhecida dos meus passos e em um mundo tão ausente de presença, nada melhor que um gosto já conhecido. Ela me abraçou do seu modo frio e sussurrou no meu ouvido. Ah, me era tão familiar. Ela secou minhas lágrimas. Nada mais de presença ou calor humano em meus passos, era apenas o andar suave e frio de minha própria solidão. Comecei a pensar nos momentos em que eu me julgava feliz o suficiente para esquecer essa velha amiga. Aqueles eram tempos de paz onde o sorriso parecia companhia constante na minha face. Aquela foi uma fase de aprendizados e machucados. Eu havia me jogado no desconhecido com meus olhos fechados. Aquilo era movimentado demais. A paz havia sumido dos meus pensamentos. A suposta felicidade tragava toda minha tranquilidade. Havia muita presença e pouco silêncio. Eu precisava disso. Precisava da paz que só a solidão traz. Aquela velha e fria amiga que sempre andou de mãos dadas comigo, que aliviou minha cabeça, estava de volta. Enquanto ela seguia do meu lado, eu me dava conta do quão importante era aquela presença. Era uma conhecida, no meio dos meus pensamentos tão perdidos.

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